OS LILA-AVATARAS E OS GUNA-AVATARAS


Os lila-avataras, ou avataras de “passatempos do Senhor Supremo são ilimitados. Contudo, o Senhor Caitanya descreveu alguns deles, por exemplo: Matsya, Kurma, Raghunatha, Nrsimha, Vamana e Varaha.


No totante ao guna-avataras, ou encarnações qualitativas de Visnu, eles são três: Brahma, Visnu e Siva.

Brahma é uma das entidades vivas, porém, em virtude de sua posição, o primeiro ser criado, ele é muito poderoso. Essa entidade viva primordial, senhor do modo da paixão material, recebe diretamente do Garbhodakasayi–Visnu o poder de criar inúmeras entidades vivas.

No Brahma-samhita (5.49), Brahma é comparado a jóias valiosas influenciadas pelos raios do sol, e o Sol é comparado ao Supremo Senhor Garbhodakasayi–Visnu. Se, em alguma kalpa, não há uma entidade viva idônea, capaz de agir na qualidade de Brahma, o próprio Garbhodakasayi–Visnu manifesta-se como Brahma, agindo como tal.

De modo semelhante, ao expandir-se como o Senhor Siva, o Senhor Supremo ocupa-se, quando necessário, em aniquilar o Universo. O Senhor Siva, em associação com maya, tem muitas formas, que em geral perfazem onze.

O Senhor Siva não é uma das entidades vivas, Ele é, mais ou menos, o próprio Senhor Supremo. A esse respeito, dá-se muitas vezes o exemplo do leite e do iogurte: o iogurte é uma preparação do leite, mas ainda assim ele não pode ser usado como leite. De igual modo, o Senhor Siva é uma expansão de Visnu, mas não pode agir como Ele. A diferença essencial é que o Senhor Siva tem uma conexão com a natureza material, mas Visnu(Krsna), não tem nada a ver com a natureza material.

No Srimad-Bhagavatam (10-88-3), afirma-se que o Senhor Siva é uma combinação de três classes de consciência transformada, conhecidas como vaikarika, taijasa e tamasa.

A encarnação de Visnu, embora seja o senhor do modo da bondade dentro de cada universo, não está de modo algum em contato com a influência da natureza material. Embora Visnu seja igual a Krsna, Krsna é a fonte original. Visnu é uma parte, mas Krsna é o todo.


Essa é a versão dada pelos textos védicos. No Brahma-Samhita, dá-se o exemplo de uma vela original que acende uma segunda vela. Embora as duas velas tenham o mesmo poder, aceita-se que uma é a original, e que a outra foi acesa pela original.

A expansão Visnu é como a segunda vela. Ela é tão poderosa quanto Krsna, mas o Visnu original é Krsna.

Brahma e o Senhor Siva são servos devotados do Senhor Supremo, e o Senhor supremo, sob a forma de Visnu, é uma expansão de Krsna.

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